sábado, junho 12, 2010

Capítulo 8 de Dead in the Family - 1ª Parte.

Pessoal, ainda não terminei este capítulo, mas como sei que todos estão ansiosos, vou postar aqui o que já está pronto, ok?!

Dead in the Family
Capítulo 8
Entre as pernas de Eric eu podia ver um homem, cheio de cicatrizes e muito musculoso, com olhos e cabelos escuros. Eu sabia que ele era pequeno, porque eu só podia ver a cabeça e os ombros. Ele estava usando jeans e uma camisa do Black Sabbath1. Eu não podia remediar isso. Eu ri. 
—Você não sentiu minha falta, Eric?— A voz do Romano tinha um sotaque que eu realmente não podia identificar, tinha muitas camadas. 
—Ocella, sua presença é sempre uma honra,— disse Eric. Eu ri mais. Eric estava mentindo. 
—O que há de errado com minha mulher?— ele perguntou. 
—Seus sentidos estão confusos,— disse o antigo vampiro. —Você tem meu sangue. Ela tem seu sangue. E um outro filho meu está aqui. A ligação entre todos nós está confundindo seus pensamentos e sentimentos.
Não me digas. 
—Este é meu novo filho, Alexei,— Appius Livius Ocella disse a Eric. 
Olhei com atenção através das pernas de Eric. O filho "novo" era um menino de não mais que treze ou quatorze anos. Na verdade, eu mal podia ver seu rosto. Eu gelei, tentando não reagir. 
—Irmão,— disse Eric através de sua saudação ao novo irmão. As palavras saíram uniformes e frias. 
Eu estava me levantando agora. Eu não ia ficar agachada aqui por mais tempo. Eric tinha me apertado em um espaço muito pequeno entre a cama e o criado-mudo, com a porta do banheiro para a minha direita. Ele não tinha saído de sua postura defensiva. 
—Me dá licença,— eu disse, com um grande esforço, e Eric deu um passo à frente para me dar espaço, mantendo-se entre mim e seu criador e o menino. Levantei-me, apoiando na cama para me manter na posição vertical. Eu ainda me sentia frita. Eu olhei bem o pai de Eric em seus olhos escuros e líquidos. Por uma fração de segundo, ele pareceu surpreso. 
—Eric, você precisa ir para a porta da frente e deixá-los entrar,— eu disse. —Aposto que eles realmente não precisam de um convite.
—Eric, ela é rara,— Ocella disse em seu extravagante sotaque Inglês. —Onde você encontrou-a?
—Eu estou te pedindo por educação, porque você é o pai de Eric,— eu disse. —Eu poderia simplesmente deixá-lo aí fora.— Se eu não soei tão forte como eu queria, pelo menos eu não soei assustada. 
—Mas meu filho está nessa casa, e se ele é bem-vindo, então eu sou, não sou?— As grossas sobrancelhas negras de Ocella subiram. Seu nariz... Bem, você poderia dizer por que usam o termo "nariz romano". —Eu esperei para entrar e sair por educação. Nós poderíamos ter aparecido em seu quarto.
E no momento seguinte, eles estavam lá dentro. 
Eu não consideraria isso com uma resposta. Poupei um olhar para o menino, cujo rosto estava absolutamente em branco. Ele não era romano. Ele não era um vampiro por mais de um século, eu estimei, e ele parecia ser descendente de Alemães. Seus cabelos eram claros e curtos e uniformemente cortados, seus olhos eram azuis, e quando ele encontrou os meus, ele inclinou a cabeça. 
—Seu nome é Alexei?— Eu perguntei. 
—Sim,— disse seu criador, enquanto o menino estava mudo. —Este é Alexei Romanov.
Embora o menino não tenha reagido, e nem Eric, eu tive um momento de puro horror. —Você não fez,— eu disse ao criador de Eric, que era quase de minha altura. —Você não fez.
—Eu tentei salvar uma de suas irmãs também, mas ela estava além de meu chamado,— Ocella disse friamente. Seus dentes eram brancos e alinhados, embora ele tivesse perdido um próximo ao seu canino esquerdo. Se você perder os dentes antes de se tornar um vampiro, eles não se regeneram. 
—Sookie, o que foi?— Eric não estava acompanhando, pela primeira vez. 
—Os Romanov,— eu disse, tentando manter minha voz baixa como se o menino não pudesse me ouvir à vinte metros de distância. —Os últimos família real russa.
Para Eric, a execução dos Romanov deve parecer como se fosse ontem, e talvez não muito importante comparada às tramas de morte que ele experimentou em seus mil anos. Mas ele entendeu que seu criador tinha feito algo de extraordinário. Eu olhei para Ocella sem raiva, sem medo, por apenas alguns segundos, e eu vi um homem que, sentindo-se um excluído e solitário, olhou pelos mais excluídos "filhos" que ele pôde encontrar. 
—Eric foi o primeiro vampiro que você fez?— Eu perguntei a Ocella.
Ele estava perplexo com o que viu como uma atitude insolente. Eric teve uma reação mais forte. Como eu senti seu medo deslizar por mim, eu entendi que Eric teria que executar fisicamente o que quer que Ocella mandasse fazer. Antes, isso tinha sido um conceito abstrato. Agora eu percebi que se Ocella ordenasse a Eric que me matasse, Eric seria obrigado a fazê-lo. 
O Romano decidiu me responder. —Sim, ele foi o primeiro que eu trouxe com sucesso. Os outros que eu tentei trazer – eles morreram.
—Poderíamos, por favor deixar meu quarto e ir para a sala?— Eu disse. —Este não é o lugar ideal para receber visitantes.— Vêem? Eu estava tentando ser educada. 
—Sim, eu suponho,— disse o vampiro mais velho. —Alexei? Onde você supõe que a sala está? 
Alexei deu meia-volta e apontou na direção certa. 
—Então é para lá que nós vamos, querida,— disse Ocella, Alexei e liderou o caminho. 
Eu tive um momento para olhar para Eric, e eu sabia que meu rosto estava perguntando: —Que diabos está acontecendo aqui?— Mas ele parecia atordoado, e desamparado. Eric. Desamparado. Minha cabeça estava girando. 
Quando eu tive um segundo para pensar sobre isso, eu fiquei muito enjoada, porque Alexei era uma criança e eu tinha certeza de que Ocella tinha um relacionamento sexual com o menino, da mesma forma que ele teve com Eric. Mas eu não era tola o suficiente para pensar que eu poderia pará-lo, ou que qualquer protesto feito faria alguma diferença. Na verdade, eu estava longe da certeza de que Alexei estaria grato por uma intervenção, quando eu lembrei de Eric me contando sobre sua ligação desesperada com seu criador durante os primeiros anos de sua nova vida como um vampiro. 
Alexei estava com Ocella por um longo tempo agora, pelo menos em termos humanos. Eu não conseguia lembrar exatamente quando a família Romanov tinha sido executada, mas eu achava que foi por volta de 1918, e, aparentemente, tinha sido Ocella que tinha salvado o menino da morte final. Então, o que quer que seja que constituía sua relação, isto estava em curso há mais de oitenta anos. 
Todos esses pensamentos cintilaram pela minha cabeça, um após outro, enquanto seguíamos os dois visitantes. Ocella tinha dito que ele poderia ter entrado sem aviso prévio. Teria sido bom se Eric tivesse me falado sobre isso. Eu entendia que ele esperava que Ocella nunca o visitaria, então eu estava disposto a dar perdoar Eric... mas não pude deixar de pensar que ao invés de sua palestra sobre como os vampiros tinham dividido o meu país segundo suas próprias conveniências, teria sido mais prático me informar que seu criador poderia aparecer em meu quarto. 
—Por favor, sentem-se,— eu disse, após Ocella e Alexei terem se estabelecido no sofá. 
—Quanto sarcasmo,— disse Ocella. —Você não vai nos oferecer hospitalidade?— Seu olhar me percorreu de cima a baixo, e embora seus olhos fossem de um rico marrom, eles eram totalmente frios. 
Eu tive um segundo para perceber o quão feliz eu estava de ter vestido o robe. Eu preferia comer Alpo2 do que ficar nua na frente destes dois. —Eu não estou feliz com a sua aparição fora da janela do meu quarto,— eu disse. —Você poderia ter batido à porta, como as pessoas educadas fazem.— Eu não estava dizendo nada que ele já não soubesse, os vampiros são bons em ler as pessoas, e os vampiros mais antigos são melhores que os humanos em dizer que os humanos estão se sentindo. 
—Sim, mas então eu não teria visto uma visão tão encantadora.— Ocella deixar seu olhar varrer o corpo sem camisa de Eric. Alexei, pela primeira vez, mostrou uma emoção. Ele olhou assustado. Ele estava com medo de Ocella rejeitá-lo e largá-lo à mercê do mundo? Ou ele estava com medo de que Ocella mantivesse-o? 
Eu tinha pena de Alexei do fundo do meu coração, e eu temi muito por ele. 
Ele estava tão indefeso quanto Eric. 
Ocella estava olhando Alexei com uma atenção que era quase assustadora. —Ele já está muito melhor,— Ocella murmurou. —Eric, sua presença está lhe fazendo muito bem.
Eu tinha tipo que imaginado que as coisas não conseguiriam ficar mais estranhas mas uma intransigente batida na porta traseira seguido por um —Sookie, você está aí?— disse-me que realmente a noite podia ficar pior. 
Meu irmão, Jason, entrou sem esperar por minha resposta. —Sookie, eu vi sua luz acesa quando eu parei, então eu percebi que você estava acordada,— disse ele, e então ele parou abruptamente quando percebeu quanta companhia eu tinha. E o que eram. 
—Desculpe interromper, Sook,— disse ele lentamente. —Eric, como vai você?
Eric disse: —Jason, este é o meu... Este é Appius Livius Ocella, meu criador, e seu outro filho Alexei.—Eric disse corretamente "AP-pi-us Li-vi-us O-quel-ah".
Jason saudou com a cabeça para ambos os recém-chegados, mas evitou olhar diretamente para o vampiro mais velho. Bom instinto. —Boa noite, O'Kelly. Ei, Alexei. Então você é irmão de Eric, hein? Você é um Viking como Eric?
—Não,— disse o menino baixinho. —Eu sou russo.— O sotaque de Alexei era muito mais leve que o do romano. Ele olhou para Jason com interesse. Eu esperava que ele não estivesse pensando em morder meu irmão. A coisa sobre o Jason, e que o torna tão atraente para as pessoas (especialmente as mulheres), era que ele praticamente irradiava vida. Ele parece ter uma ajuda extra de vigor e vitalidade, e isto estava retornando com um estrondo agora que a desgraça da morte de sua esposa estava desaparecendo. Esta era a manifestação do sangue de fadas em suas veias. 
—Bem, foi bom conhecer vocês,— disse Jason. Então ele parou prestando atenção aos visitantes. —Sookie, eu vim para levar aquela pequena mesa do sótão. Eu vim aqui uma vez antes para pegá-la, mas você tinha saído e eu não tinho a minha chave comigo.— Jason guardava uma chave de minha casa para emergências, assim como eu guardava uma chave da sua casa. 
Eu tinha esquecido que ele tinha me pedido a mesa quando nós jantamos juntos. Neste momento, ele poderia ter me pedido meus móveis de quarto, e eu teria concordado apenas para tirá-lo do perigo. Eu disse: —Claro, eu não preciso dela. Suba. Eu não acho que está muito longe da porta.
Jason desculpou-se, e os olhos de todos o seguiram enquanto ele subia os degraus. Eric estava, provavelmente, apenas tentando manter seus olhos ocupados enquanto ele pensava, mas Ocella olhou meu irmão com nítida avaliação, e Alexei com uma espécie de desejo ardente. 
—Você gostaria de Trueblood?— Eu perguntei aos vampiros, com os dentes cerrados. 
—Eu suponho, se você não for oferecer a si mesmo ou seu irmão,— disse o romano. 
—Eu não vou.
Virei-me para ir para a cozinha. 
—Eu sinto sua raiva,— disse Ocella. 
—Eu não me importo,— eu disse, sem virar para ele. Ouvi Jason descendo, um pouco mais devagar, agora que ele estava carregando a mesa. —Jason, você quer vir comigo?— Eu disse sobre meu ombro. 
Ele estava mais do que feliz em sair da sala. Embora ele fosse cortês com Eric, porque ele sabia que eu o amava, Jason não era feliz na companhia de vampiros. Ele colocou a mesa para baixo em um canto da cozinha. 
—Sook, o que está acontecendo aqui?
—Venha para o meu quarto por um segundo, eu disse depois de eu ter pego as garrafas da geladeira. Eu me sentiria muito melhor se eu tivesse usando mais roupas. Jason seguiu atrás de mim. Eu fechei a porta assim que estávamos dentro do meu quarto. 
—Vigie a porta. Eu não confio naquele velho, —eu disse, e Jason gentilmente virou as costas e vigiou a porta enquanto eu tirava o roupão, vestindo minhas roupas o mais rápido que eu já tinha vestido em minha vida. 
—Uau,— Jason disse, e eu pulei. Virei-me para ver que Alexei tinha aberto a porta e teria entrado se Jason não tivesse segurado-o. 
—Sinto muito,— disse Alexei. Sua voz era um fantasma de uma voz, a voz que uma vez tinha sido. —Eu peço desculpas a você, Sookie, e você, Jason.
—Jason, você pode deixá-lo entrar. Com o que você está triste, Alexei?— Eu perguntei.—Venha, vamos para a cozinha e eu aquecerei o Trueblood.— Nós seguimos para a cozinha. Nós ficamos um pouco distante da sala, e havia uma chance de Eric e Ocella não nos ouvir. 
—Meu mestre não é sempre assim. Sua idade, isso transforma-o. 
—Transforma-o em quê? Um total idiota? Um sádico? Um pedófilo?
Um leve sorriso atravessou o rosto do menino. —Às vezes, tudo isso,— ele disse sucintamente. —Mas sinceramente, eu não tenho estado bem comigo mesmo. E é por isso que estamos aqui.
Jason começou a olhar zangado. Ele gosta de crianças, sempre gostou. Apesar de que Alexei poderia ter matado Jason em um segundo, Jason pensava em Alexei como uma criança. Meu irmão estava, na realidade, arquitetando um grande e louco pensamento de atacar a sala para enfrentar Appius Livius Ocella. 
—Ouça, Alexei, você não tem que ficar com esse cara se você não quiser,— disse Jason.—Você pode ficar comigo ou com Sookie, se Eric  não colocá-lo de lado. Ninguém vai fazer você ficar com alguém que você não queira estar. —Abençoado coração de Jason, ele com certeza não sabia o que ele estava falando. 
Alexei sorriu, um sorriso que era simplesmente de partir o coração. —Realmente, ele não é tão ruim. Ele é um homem bom, eu acredito, mas de um tempo que você não pode imaginar. Eu acho que você está acostumado a conhecer vampiros que estão experimentando... a corrente principal. O Mestre, ele não está tentando fazer isso. Ele está muito feliz nas sombras. E eu devo ficar com ele. Por favor, não causem problemas para vocês mesmos, porém eu agradeço a sua preocupação. 
Estou me sentindo melhor agora que já estou com meu irmão. Eu não sinto como se eu de repente fosse fazer alguma coisa... lamentável.
Jason e eu olhamos um para o outro. Isso foi o suficiente para fazer a ambos preocupados. 
Alexei estava olhando em torno da cozinha, como se ele raramente visse uma. Imaginei que provavelmente fosse verdade. 
Eu tirei as garrafas quentes do microondas e sacudi-as. Eu coloquei algumas toalhas sobre a bandeja com as garrafas. Jason pegou uma Coca-Cola da geladeira. 
Eu não sabia o que pensar sobre Alexei. Ele desculpou-se por Ocella tal como o Romano era o seu avô rabugento, mas era evidente que ele estava no balanço de Ocella. É claro que ele estava, ele era filho Ocella em um sentido muito real. 
Isso era uma situação muito estranha, tendo uma figura fora da história sentada em sua sala de estar. Pensei nos horrores que ele tinha experimentado, antes e depois de sua morte. Pensei em sua infância como herdeiro do trono da Rússia, e eu sabia que, apesar de sua hemofilia, esta infância deve ter incluído alguns momentos gloriosos. Eu não sabia se o menino muitas vezes ansiava pelo amor, devoção e luxo que o tinha cercado desde o nascimento até a rebelião, ou (considerando que ele tinha sido executado junto com toda a sua família imediata) se era possível que ele via ser um vampiro como uma melhoria em relação a estar enterrado em uma cova no bosque, na Rússia. 
Embora com a hemofilia, a sua esperança de vida naqueles dias teria sido consideravelmente curta de qualquer maneira. 
Jason colocou gelo no copo e olhou no pote de biscoitos. Eu não guardo mais biscoitos, porque se eu fizer, eu vou comê-los. Ele fechou o pote com tristeza. Alexei estava assistindo a tudo que Jason fazia como se estivesse observando um animal que nunca tinha visto antes. 
Ele me viu olhando para ele. —Dois homens cuidaram de mim, dois marinheiros,— ele disse, como se ele pudesse ler as perguntas em minha mente. —Eles me carregaram por toda a parte quando a dor era muita. Depois o mundo virou de cabeça para baixo, um deles abusou de mim quando teve a chance. Mas o outro morreu, simplesmente porque ele ainda era gentil comigo. Seu irmão me lembra um pouco ele.
—Sinto muito sobre sua família,— eu disse sem jeito, pois senti-me compelida a dizer alguma coisa. 
Ele deu de ombros. —Fiquei contente quando os encontrei e os sepultei,— ele disse. Mas quando eu vi seus olhos, eu sabia que suas palavras eram uma fina camada de gelo sobre um poço de dor. 
—Quem era em seu caixão?— Eu perguntei. Eu estava sendo deselegante? O que na terra além disso era para falar? Jason estava olhando de Alexei para mim, perplexo. A ideia de Jason da história era do embaraçoso irmão de Jimmy Carter3.
—Quando o grande túmulo foi encontrado, o Mestre sabia que iriam encontrar a mim e minha irmã em breve. Nós superestimamos os pesquisadores, talvez. Isso levou mais dezesseis anos. Mas, entretanto, que revisitmos o local onde eu fui enterrado.
Eu senti meus olhos se enchem de lágrimas. O local onde foi enterrado... 
Ele continuou: —Nós tivemos que dar alguns dos meus ossos para isso, porque nós tínhamos aprendido sobre o DNA até então. Caso contrário, é claro, poderíamos ter encontrado um menino com a idade certa.... 
Eu realmente não conseguia pensar em qualquer coisa remotamente normal para dizer. —Então, você cortou alguns dos seus próprios ossos para colocar na sepultura,— eu disse, minha voz obstruída e trêmula. 
—Em etapas, ao longo do tempo. Tudo cresceu de volta,— disse ele tranquilizadoramente. —Tivemos que queimar os meus ossos um pouco. Eles tinham queimado a mim e Maria, e derramaram ácido em nós, também.
Finalmente, consegui, —Por que isso foi necessário? Para colocar os seus ossos lá?
—O Mestre queria que eu estivesse em repouso,— ele disse. —Ele não queria avistamentos. Ele argumentou que se os meus ossos fossem encontrados, não haveria mais controvérsias. É claro que, por agora ninguém espera que eu esteja vivo de qualquer maneira, muito menos procura como eu fiz em seguida. Talvez nós não estivéssemos pensando claramente. Quando você está fora do mundo por tanto tempo... E nos primeiros cinco anos após a revolução, fui visto por um casal de pessoas que me reconheceram. O Mestre teve que cuidar deles.
Isso, também, levou um minuto para digerir. Jason olhou enojado. Eu não estava muito atrás dele. Mas este pequeno bate-papo já tinha tomado tempo suficiente. Eu não queria que o "Mestre" pensasse que nós estávamos conspirando contra ele. 
—Alexei,— Appius Livius chamou com uma voz aguda. —Está tudo bem com você?
—Sim, senhor,— disse Alexei, e correu de volta para o Romano. 
—Jesus Cristo, Pastor da Judeia,— eu disse, e virei-me para levar a bandeja de garrafas para a sala. Jason estava claramente infeliz, mas ele me seguiu. 
Eric estava fixo em Appius Livius Ocella como um balconista de loja de conveniências presta atenção a um cliente que pode ter uma arma. Mas ele parecia ter relaxado um pouquinho, agora que ele teve um pouco de tempo para se recuperar do choque da aparição de seu criador. Através do vínculo, eu senti uma lavagem de irresistível alívio vindo de Eric. Depois que eu pensei sobre isso, eu acreditei ter compreendido. Eric estava aliviado além da conta porque o mais velho vampiro tinha trazido um companheiro de cama com ele. Eric, que tinha dado uma impressão muito boa da indiferença sobre seus muitos anos como companheiro sexual de Ocella, teve um momento de louca relutância quando ele realmente viu seu criador novamente. Eric estava recompondo-se e rearmando-se. Ele estava voltando a ser Eric, o xerife, desde sua inesperada reversão a Eric, o novo vampiro e escravo do amor. 
A maneira como eu via Eric nunca seria a mesma outra vez. Eu sabia agora o que ele temia. O que eu estava recebendo a partir de Eric era que isso não era tanto do aspecto físico quanto mental, acima de tudo, Eric não queria estar sob o controle de seu criador. 
Eu servi a cada um dos vampiros uma garrafa, cuidadosamente colocando-a em um guardanapo. Pelo menos eu não tive que me preocupar com serviço de uma lanche de acompanhamento... a menos que Ocella decidisse que todos os três deveriam se alimentar de mim. Nesse caso, eu não tinha esperança de que eu fosse sobreviver, e não haveria absolutamente nada que eu pudesse fazer sobre isso. Isso devia ter-me feito um modelo de prudência. Eu deveria ter decidido me sentar ali com meus tornozelos cruzados e não deixar a manteiga derreter na minha boca. 
Mas isso só me deixou puta. 
A mão de Eric contraiu, e eu sabia que ele estava lendo o meu humor. Ele queria me dizer em um tom mais baixo, para ficar fria, para ficar debaixo do radar. Ele podia não querer estar sob a influência de Ocella novamente, mas ele amou o vampiro, também. Eu me obriguei a desistir. Eu não tinha dado ao Romano uma chance. Eu realmente não conhecia ele. Eu só sabia algumas coisas que eu não gostava sobre ele, e devia haver outras coisas que eu poderia gostar ou admirar. Se ele tivesse sido o pai real de Eric, eu teria lhe dado muitas oportunidades para provar seu valor. 
Eu me perguntava quão claramente Ocella podia sentir minhas emoções. Ele ainda estava sintonizado com Eric e sempre estaria, e Eric e eu estávamos ligados. Mas parecia que meus sentimentos não eram transmitidos, o Romano não olhava mais que meu jeito. Eu lancei meus olhos para baixo. Eu poderia aprender a ser mais discreta, e rápido. Normalmente, eu era boa em esconder o que eu sentia, mas a proximidade do antigo vampiro e seu novo pupilo, o seu sangue assim como o de Eric, tinham me jogado para uma armadilha. 
—Eu não tenho certeza do que chamá-lo,— eu disse, encontrando os olhos do Romano. Eu estava tentando imitar a ótima conversação de minha avó.
—Você pode me chamar de Appius Livius,— ele disse, —já que você é a esposa de Eric. Demorou cem anos para Eric ganhar o direito de me chamar de Appius, ao invés de Mestre. Então séculos para ser capaz de me chamar de Ocella .
Então, somente Eric pode chamá-lo de Ocella. Por mim tudo bem. Notei que Alexei ainda estava na fase "Mestre". Alexei estava sentado imóvel como se ele tivesse tomado um calmante enorme, o seu sangue sintético apoiado na mesa à sua frente, com apenas um gole faltando. 
—Obrigada,— eu disse, consciente de que eu não soava muito agradecida. Olhei para meu irmão. Jason estava pensando que ele tinha uma bom ideia sobre o que ele queria chamar o Romano, mas eu dei uma breve sacudida em minha cabeça, mas definitiva. 
—Eric, me diga como você está fazendo estes dias,— disse Appius Livius. Ele parecia genuinamente interessado. Sua mão foi para Alexei, e vi que ele estava alisando as costas do menino, como se Alexei fosse um cachorrinho. Mas eu não podia negar que havia carinho no gesto. 
—Estou muito bem. A Área Cinco é próspera. Eu fui o único xerife da Louisiana a sobreviver à aquisição de Felipe de Castro.— Eric tratou de soar prosaico. 
—Como isso aconteceu?
Eric deu ao velho vampiro um resumo sobre a situação política com Victor Madden. Quando ele pensou que Appius Livius estava acompanhando sobre a situação de Felipe de Castro/Victor Madden, Eric perguntou-lhe: —Como você chegou a ajudar no resgate desse jovem?— Eric sorriu para Alexei. 
Esta seria uma história que valeria a pena ouvir, agora que eu ouvi conto horripilante de Alexei sobre "falsificar" o seu túmulo. Enquanto Alexei Romanov sentou ao seu lado em silêncio, Appius contou a Eric sobre como rastreou a família real russa em 1918. 

Continua...

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